Nesta caso todo à volta da demissão, ou não, de João Bénard da Costa de director da Cinemateca, terçaram armas por ele várias pessoas bem mais competentes e com mais conhecimento de causa que a minha modesta pessoa tem. No entanto, admirador do trabalho que tem feito na divulgação da 7ª arte e também do que escreve, (quem por aqui tem passado ao longo da existência deste blogue já leu vários postos acerca da coluna que ele escreve no jornal Público), seu devedor por me ter ensinado a olhar de outras maneiras, não posso deixar passar ao lado esta guerra. Chamo--lhe guerra porque notei vários movimentos subterrâneos, várias tomadas de posição, que visam, certamente, embates futuros.
No jornal Público de hoje Nuno Galvão Teles, advogado, numa longa carta, fala da polémica e trás à baila o filme preferido de Bénard da Costa – Johnny Guitar. Aliás a carta é intitulada de Johnny [da Costa] Guitar. Como ele diz “No Johnny Guitar está lá tudo, assim o Governo saiba ler e reconhecer.”. E acaba a carta com o diálogo entre Vienna e Johnny, fiquem com ele:
VIENNA – Há cinco anos apaixonei-me por um homem. Não era bom nem mau, mas…eu amava-o. Quis casar com ele, ajudá-lo a construir um futuro.
JOHNNY – Mereciam ter sido felizes…
VIENNA – Mas não foram. Separaram-se. Ele não se via “amarrado” a um lar.
JOHNNY – Felizmente ela foi esperta e livrou-se dele.
VIENNA – Claro que foi. Aprendeu, daí em diante, a não se apaixonar por ninguém.
JOHNNY – Foi há tanto tempo…Com certeza que, entretanto, na sua vida houve outros homens.
VIENNA – Os suficientes.
JOHNNY – O que aconteceria se esse homem voltasse?
VIENNA – Quando um fogo se apaga, o único que resta são cinzas.
JOHNNY – Quantos homens já esqueceste?
VIENNA – Tantos quantos as mulheres de quem te lembras.
JOHNNY – Não me deixes.
VIENNA – Ainda aqui estou.
JOHNNY – Diz-me qualquer coisa bonita.
VIENNA – Que queres que eu te diga?
JOHNNY – Mente-me. Diz-me que esperaste por mim todos estes anos.
VIENNA – Todos estes anos esperei por ti.
JOHNNY – Diz-me que morrerias se eu não tivesse voltado.
VIENNA – Tinha morrido se não tivesses voltado.
JOHNNY – Diz-me que me amas como sempre te amei.
VIENNA – Amo-te como sempre te amei.
(agora digam-me se isto não é sublime)
De
Aragana a 3 de Maio de 2006 às 15:54
é... para mim, hoje, é lindo. Mas nao dentro do teu contexto do post.. dentro do meu. ;)
:)
Um grande beijinho
Um grande abraço. :)
Este diálogo é sublime, sim, e também eu me considero em dívida para com o João Bénard da Costa, por tantas formas de ver que ele foi acrescentando ao meu olhar.
Valeu a pena ter abandonado temporariamente o meu alpendre, para vir visitar-te. Voltarei, sempre, ao sabor do coração.
E um abraço.
Lucina Moon
De Anónimo a 4 de Maio de 2006 às 18:11
A autora Maria de São Pedro, a Papiro Editora e a Fnac têm o prazer de convidar V.Exas. a estarem presentes para o lançamento do livro GATO PEDRA no dia 19 de Maio, pelas 19.00h na Fnac - Cascais Shopping.
Comentar post