Quando se fala dos filmes da vida de cada um, ou dos filmes mais gostamos, as escolhas caem sempre sobre os grandes filmes da história do cinema ou então sobre aqueles filmes que marcaram a geração a que pertencemos. No entanto há por vezes pequenos filmes (pequenos no sentido de que são menos falados) que nos marcaram e de que nos lembramos de longe a longe. Uns porque nos fizeram sentir, outros porque nos fizeram pensar. Podia apresentar dezenas desses filmes mas vou escolher apenas cinco, apresentando o motivo ou motivos porque os escolhi. Devo referir que tenho-os todos gravados em cassete vídeo.
- CAFÉ BAGDAD - (As interpretações, soberbas e a ambiência seriam por si suficientes mas a minha escolha tem mais a ver com o argumento. Ou de como duas mulheres mal-amadas se vão aliar para fazer daquele café de beira da estrada no meio de nenhures num sucesso comercial.)
- D. CAMILO E O SEU PEQUENO MUNDO - (O filme foi gravado no tempo em que não havia televisão por cabo e a qualidade da emissão era mesmo má, mas volto amiúde a ele. Aquele padre de aldeia ao mesmo tempo amigo e adversário do dirigente comunista da terra numa Itália pós-guerra é um encanto; e mais ninguém senão Fernandel o podia interpretar).
- DOZE HOMENS EM FÚRIA -( Tenho gravado o filme original, realizado por Sidney Lumet e com Henry Fonda no papel principal. A acção passa-se toda na sala de reunião de um júri que irá dar o veredicto num caso de pena capital. E, na minha modesta opinião, aquilo de que o filme trata, essencialmente, é de preconceitos. Vieste filme ainda bastante novo e ele ensinou-me muito acerca do conceito de justiça.)
- O JUIZ PRIEST – (Este filme é um tratado sobre a democracia. E também sobre o humanismo. Realizado por John Ford passa-se no sul dos EUA no pós guerra civil e temos um juiz, sulista e ex-combatente pelo lado confederado na guerra, numa luta por direitos e garantias que, muito provavelmente, assumiriamos como sendo exclusivos dos nortistas. O engraçado é que John Ford realizou dois filmes baseados neste argumento mas com variantes pois os argumentos são baseados em crónicas publicadas num jornal. Tenho os dois filmes em VHS e prefiro, claramente, o que foi realizado por último.)
- VOANDO PARA CASA – ( Neste caso a razão para a escolha é dupla. Por um lado esta historia, creio que baseada num caso verídico, de um bando de gansos canadianos salvos da extinção por uma menina que acabou de perder a mãe toca-me muito. Por outro temos a interprete, Anna Paquin, de quem tenho seguido a carreira porque penso estar ali uma excelente actriz. Para além deste filme fez, entre outros, Descobrir Forrester e X-Men.)