Sexta-feira, 4 de Fevereiro de 2005

UM HEROI SEM NOME

Hoje, sexta-feira, o jornal Público traz um editorial de Nuno Pacheco com o título UM HEROI SEM NOME. Ali conta-nos a história do piloto sudanês que "teve como último gesto da sua vida" afastar da zona residêncial o avião que pilotava e que ia cair fazendo-o despenhar no deserto. "Nunca saberemos o seu nome, nem as agências deram a isso a menor importância"
"....se não fosse o gesto do piloto, podia ter resultado num morticínio. Pelo menos foi o que afirmaram Abou Bakr Jaafar e Seif Mazrouq Saad Umar, directores da aviação civil do Sudão e da Air West, a companhis aérea a que pertencia o avião cargueiro. Sabemos os nomes de ambos, porque as agências os referiram como fonte, mas não o do anónimo piloto a quem chamaram heroi. Talvez por ter morrido tão rápido quanto a sua decisão de salvar vidas - apesar de já nada poder fazer para salver a sua."
"Este acto de humanidade, ainda que anónimo, mesmo que imediatamente esquecido, merecia ficar como lição de vida nesse país de vítimas e algozes em que o Sudão se transformou."

Isto porque ainda há gestos que nos vão fazendo acreditar, apesar de tudo, nos valores do humanismo. É apenas um homem, igual a tantos outros, mas são os gestos que marcam a diferença.
publicado por maratonista às 10:55
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Terça-feira, 1 de Fevereiro de 2005

Memorias III

Domingo, 9 e meia da manhã. Inverno no princípio dos anos 90. Está um dia de autêntica tempestade. Frio, chuva forte batida pelo vento. Um grupo de vários atletas sai do estádio para fazer um percurso habitual, a chamada “volta grande”. Ao fim de meia hora de corrida, a meio da enconta do Bom Jesus, o grupo passa por um homem dos seus sessenta e tal anos que olha para nós, espantado por nos ver a correr no meio daquela tempestade. Terá sido com sacrifício que saiu do calor de casa para cumprir o dever de ir à missa e agora depara com um grupo de fulanos em calções a correr de baixo daquele dilúvio. Depois de passarmos por ele voltei a cabeça para olhar para trás e vi o homem a abanar a cabeça de um lado para o outro como que a dizer – há gente muito tola.


Princípios de Julho. Está um calor sufocante, na ordem dos 38/40 graus. Quem não está a trabalhar e não procurou a amenidade das praias acolhe-se à sombra da frescura da mata do Bom Jesus até por volta das seis e meia da tarde quando a temperatura começa a baixar. Saindo às cinco do serviço e equipando-me no estádio, o treino programado nessa quarta-feira era o chamado triângulo turístico: saia do estádio e seguia pela rodovia, subindo em seguida até ao Bom Jesus, um pouco mais acima até ao Sameiro, Falperra e acabando no estádio. A meio da subida do Bom Jesus, com a t-shirt já meio encharcada de suor, vejo passar por mim vários carros que descem para a cidade. A cara de espanto deles por me ver a correr monte acima com aquela temperatura, só vista. Acho que ao longo da minha vida de corredor em todo o tipo de situações, terrenos e ambientes já devo ter sido chamado muitas vezes de maluquinho. Mas só em Portugal.

publicado por maratonista às 09:50
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