Quinta-feira, 31 de Março de 2005

Leonard Cohen

Um dia destes tenho que me atirar ao HTML a sério. O aspecto do posto anterior não me agrada nada.
Vindo de mais um treino passei pelo Hiper e vi e comprei (yesss) o duplo cd de Leonard Cohen - The Essential. Finalmente vou dar descanso ao vinil e ouvir em som digital aqueles espantosos poemas/músicas: Suzane, So Long Marianne, Famous Blue Raincoat, I'm Your Man, Take This Waltz e tantos outros. Vou abrir uma garrafinha de Dão colheita seleccionada, meter-me com um queijo da serra da estrela a barrar tostas e ficar calmamante a ouvir os cd's.
Eu sei. Pena não ter ao meu lado uma voz feminina, quente, a cantarolar os versos com a cabeça deitada no meu ombro.
publicado por maratonista às 19:58
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"Seus olhos flores da paixão"

“Seus olhos flores da paixão”

Luz Videira in Ariadne deusa da vegetação(Ariadne)

Palimage Editores



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Paixão a brotar

De olhos amendoados,

Butterfly cai no chão

Seta atravessada

Num coração de esperanças.



O destino sorri.

publicado por maratonista às 16:30
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Quarta-feira, 30 de Março de 2005

Hoje

Graças à Sofia (link para otecto ali no lado esquerdo do blog) sei que Vicent van Gogh faz hoje anos. Espero não cortar a orelha durante o dia. Resolvi actualizar os links. Já o devia ter feito à mais tempo mas, confesso, custa-me a largar as pessoas, mesmo quando elas se vão embora.
Do jornal Público de hoje retiro a notícia que foi descoberto o "Evangelho segundo Judas" com datação entre o século III e IV e a sua tradução em inglês, francês e alemão deverá ser publicada dentro de um ano.
O Jornal de Letras nº 900 chegou hoje às bancas, para além de celebrar o bicentenário de Hans Christian Andersen com vários artigos traz, na última página, uma pequena autobiografia de Hélia Correia, a menina dos gatos.
publicado por maratonista às 11:56
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Terça-feira, 29 de Março de 2005

Yellow Submarine

Enquanto não acabo a estória da Lis e também falo mais do Garcia Márquez (So12 tem um pouco de paciência, ando a usar vários chapéus ao mesmo tempo e o tempo torna-se difícil de gerir, mas não sei se estarei à tua altura para discutir o livro. Sou apenas uma pessoa que já leu muito.) (Agora reparo, tem um pouco de paciência é o título de uma canção da américa latina. Um bolero ou um tango, não sei.) Queria...

Queria viver num submarino amarelo, navegando num mundo de cores tentando reparar as maldades dos "azuis". À noite ia até ao Centro de Recreio Popular, animar um baile junto com os meus camaradas da Banda do Clube dos Corações Solitários do Sargento Pimenta. O maestro seria um tipo porreiro, um pouco "desaparafusado", que costumava assobiar fora de tempo Lucy and Sky with Diamonds num dia e no outro Imagine mas este com o tempo certo. O baterista da banda ainda era mais passado, parecia um boneco dos "Marretas". Tinhas os dedos cheios de aneis e usava bigodinho. Quando se passava avançava com um solo de bateria que chegava a durar 4/5 minutos. Já dei que saia de lá pelas 2 da manhã a assobiar All you Need is Love.

publicado por maratonista às 14:52
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Segunda-feira, 28 de Março de 2005

Pérolas

O que me apaixona nos grandes escritores não é a história que contam nem o estilo mas aquelas pequenas pérolas, umas vezes uma frase simples outra um pequeno parágrafo, que nos ficam na memória.
O homem é o único animal que cora, já o sabemos, Gabriel Garcia Márquez tráz-nos outra constatação no seu último livro "...que desleal é o rubor."
E agora este final de parágrafo:
"As secretárias ofereceram-me três cuecas de seda com marcas de beijos estampadas, e um cartão em que se ofereciam para mas tirar. Ocorreu-me que um dos encantos da velhice são as provocações que se permitem as amigas jovens que nos julgam fora de serviço."
publicado por maratonista às 15:01
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Sexta-feira, 25 de Março de 2005

...

No último número da Epicur (nº 47) Alfredo Saramago tem um artigo denominado Património gastronómico, no qual faz um tour por pelos restaurantes mais célebres da cidade de Paris. Tirando o facto de me deixar com água na boca e de olhar com alguma pena para os limites do meu cartão de crédito, o artigo deu aso (asas) à minha imaginação (terreno fértil, rico em húmus).
Estava em Paris. Por razões inteiramente inexplicáveis ao senso comum tinha um cartão de crédito sem limite de gastos. Tinha saído de manhã cedinho do hotel, a fim de fugir ao trânsito, para fazer hora e meia de treino nos Campos Elísios. Depois de um banho restaurador tinha seguido em direção ao rio Sena onde, num bistrot referenciado nos livros de Jeorges Simenon, iria aperitivar-me com um calvados. Estava eu muito calmamente a degustar essa aguardente de cidra quando no banco ao meu lado se senta uma mulher. Olho e, com um baque no coração, reconheço Fanny Ardant (os deuses devem estar loucos)
publicado por maratonista às 19:56
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Quinta-feira, 24 de Março de 2005

Mini-férias

Estas mini-férias da Páscoa (hoje não trabalhei portanto vão ser quatro dias de moina) vão servir para meter muitos quilómetros nas pernas. Dia 17 de Abril vou estar a correr a maratona Carlos Lopes em Lisboa e esta é uma boa altura para meter um ciclo de muita carga para depois aguentar os 42 192 metros do costume. Juro-vos que para mim é estar no céu: poder treinar duas vezes por dia e conseguir pôr as leituras em dia. Houve tempos (com os meus vinte e tal anos) em que "aviava" 150 a 160 livros por ano mas agora, com os computadores e filmes em vhs e dvd, as opções ficam mais alargadas. Fico contente quando consigo ultrapassar os 25 livros por ano. Comprei ontem o último livro de Gabriel Garcia Márquez, Memória das minhas putas tristes, a pensar que me ia chegar para estas mini-férias. O tanas. Hoje li um terço do livro (é pequeno), de maneira que amanhã ele acaba (sou muito lento a entrar no ambiente mas depois disparo a toda a velocidade). Se calhar Sábado vou ter que pegar, pela enésima vez, no livro Três homens num bote (sem falar no cão). A ver vamos, como dizia o ceguinho. Depois falo-vos do livro.
publicado por maratonista às 19:53
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Terça-feira, 22 de Março de 2005

Lis, a primeira inspectora criminal portuguesa (II)

Com dois dias no cargo, Lis já tinha um panorama geral dos seus colegas. Havia a malta da tarimba, velhos inspectores não licenciados que tinha subido desde os postos mais baixos e conheciam toda a espécie de fauna que habitava a noite escura. Haviam aqueles que adoptavam atitudes estudadas dando-se ares de personagens de contos políciais. Normalmente licenciados, gostavam muito de “botar faladura” mas na realidade tinham uma cultura geral bastante baixa. Muito tinha Lis rido para dentro quando um fulano, que tinha tiques de Hercules Poirot, disse de determinada igreja de estilo românico que os romanos construiam as coisas para durar. E depois haviam aqueles que não se enquadravam em nenhum perfil dos anteriores. Normalmente malta nova, com cursos superiores, ainda em busca de um estilo ou projecto de vida. Óbviamente tudo machismo duma ponta à outra. Excepto um velho inspector alentejano de nome Antonino , o sotaque e a maneira pausada de falar, que ele não procurava esconder, denunciava-o. Tudo o que dizia era, claramente, pensado e a sua análise das questões era muito baseada na psicologia aplicada. Teve a delicadeza, logo no primeiro dia, de me convidar para almoçar no domingo seguinte com a mulher. Como fuma cachimbo vou-lhe chamar o meu Maigret.
A meio da semana Lis sabia que tinha que tomar uma resolução acerca do primeiro caso, embora a estivesse a adiar. Aquilo doia-lhe. Tinham-lhe que atirar para as mãos aquele caso. Gaita! E ia haver barulho nos jornais que aqueles fuinhas já deviam estar em campo a farejar esta história. A queixa partira da mãe de um rapaz e constava do facto de a explicadora de matemática, com 30 anos, ter tido relações sexuais com ele durante o tempo da explicação. O rapaz, agora com 16 anos, teria 14 aquando do início da relação. Ela está feita, vai ter a vida destruida. O perfil psicológico traçado pelo psi diz que o rapaz tem uma idade mental de adulto, só que isso não leva a nada, lei é lei. No que te foste meter rapariga. Mete-se pelos olhos adentro que a mãe do rapaz está cheia de ciúmes e não quer que o seu pintaínho saía de baixo das suas asas. Ah mulher! Que raio de maneira de ser que algumas mulheres têm que acabam por ser mais machistas que muitos homens. Vamos a ver o que é que se pode arranjar. Peguei no telefone:
- Telefonista...ligue-me à procudaroria geral da república.
(continua)

publicado por maratonista às 16:30
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...

Porreiro! Vi ainda à bocado. O sinal passa para vermelho e o sr. polícia, na sua bicicleta motorizada, olha para cima, vê, encolhe os ombros e avança calmamente sem ligar ao sinal. I am a coop, man.
publicado por maratonista às 14:05
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Segunda-feira, 21 de Março de 2005

The Corporation

Vocês desculpem lá mas de vez em quando há coisas que me fazem "passar dos carretos" e então entro a matar.

No Expresso desta semana, na coluna "Choque e Pavor" de Daniel Oliveira:

Estreou este fim de semana, em Lisboa, umdocumentário canadiano intitulado 'The Corporation' que define as grandes empresas internacionais como psicopatas. O documentário conta-nos algumas histórias como a da Fox News que despediu 2 jornalistas por eles se recusarem a mentir numa questão de saúde pública que envolvia outra grande empresa, a Monsanto.«Gastámos três mil milhões de dólares com estes canais. Nós é que dizemos o que são as notícias».

Na Bolívia uma empresa proibiu a população mais pobre da terceira maior cidade do país de recolher água da chuva, porque lhe pertencia.

Uma empresa que explora trabalho infantil em países do terceiro mundo gaba-se de ajudar instituições de apoio à infância.

Lembro-me de outro caso passado à poucos anos. A Néstle comprou uma empresa francesa na falência. Não para a salvar, a empresa faliu mesmo e os trabalhadores foram para o desemprego, mas para ficar com os créditos dessa empresa. Assim, mal os processos administrativos e legais da passagem de activos duma empresa para outra ficaram resolvidos, a Néstle exigiu o pagamento total da dívida que um país africano pobre, pauperrimo, devia à anterior empresa. O valor da dívida era superior ao PIB anual do país que portanto a não poderia pagar. Não tenho a mínima dúvida a que empresa pertencem actualmene parte importante dos recursos naturais desse país.


Depois é claro que os maus dos terroristas que vêm desse países do terceiro mundo é que são culpados, indecentes e diabólicos. E não respeitam nada nem ninguém.

publicado por maratonista às 19:54
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