Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2006
Para hoje trago-vos uma novidade bem gira.
Vai ser lançado ao público no dia dos namorados um vinho com a marca Amo-te. Originário das Terras do Sado, este tinto é ideia de Inês Beatriz cuja familia é proprietária da quinta onde é produzido. Até que é uma boa ideia, original no mínimo, oferecer a garrafa junto com um ramo de flores ou uma caxa de bombons à pessoa amada.
A quinta em questão, Quinta de Catralvos em Azeitão, parece que terá em breve umaoferta de turismo rural.
Sexta-feira, 27 de Janeiro de 2006
Através da Sofia (blogue aqui --->
O Tecto) cheguei a este teste que deu nisto (enfim, as vergonhas que um gajo passa):
width=200 align=center border=0 cellspacing=0 cellpadding=2>
align=center>Você é Too Shy dos Kajagoogoo (1983):
O seu objectivo é passar despercebido. Se olham para si, fica em pânico. Se falam consigo, fica automaticamente sem palavras. Você tem um lado sensível e altamente interessante mas que dificilmente consegue partilhar com os outros.
Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2006
Vidrago entrou pegou às 8 da manhã na oficina, como todos os dias da semana de trabalho que para ele contava seis dias. Operário de serralharia civil, trabalhava 52 horas por semana e, não obstante a a força dos 23 anos, às vezes custava a passar aquele dia de 9 horas de trabalho. Por vezes no serviço ao torno mecânico, outras na secção de soldadura, outras ainda na secção de galvenização que o deixava a tossir até à noite. Mas hoje não. A impaciência por chegar ao fim do dia de trabalho existia mas o assobiar durante os serviços que executava (sob o franzir de sobrolho do encarregado) indicava que o dia não lhe pesava no coração.
Às seis da tarde fez, com os outros camaradas, fila para receber o ordenado da quinzena. Recebeu, saiu e, vestindo ainda o seu fato de macaco um pouco coçado, herança do irmão mais velho, dirigiu-se à ourivesaria dos Machados que distava cerca de 15 minutos da fábrica. Entrou e disse:
- Queria comprar um anel de noivado
- Muito bem, e quanto pretende gastar perguntou o vendedor.
Vidrago meteu a mão no bolso do fato de macaco, tirou o ordenado e pousando-o em cima do balcão disse:
- Tenho só isto, mas quero um anel que condiza com os mais lindos olhos que uma mulher tem e que traduza todo o amor que o meu coração sente.
Terça-feira, 24 de Janeiro de 2006
Oa irmãos Cavacos mudaram de ramo, agora vão vender ilusões ali prós lados de Belém. Espero que a Judiciaria esteja atenta à malandragem.
Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2006
Hoje não me apetece dizer nada. Sei que não havia grandes esperanças (olá Charles Dickens) mas de qualquer maneira acreditei que era possível combater moinhos de vento (olá Cervantes). Se calhar porque sempre preferi o Dom Quixote de Cervantes ao Príncipe de Maquiavel (desculpa lá Nicolau). Enfim...vamos a ver no que é que isto vai dar.
Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2006
Bom, então é assim.
A cidadania não são só direitos, são também deveres, por isso fica aqui registado:
ESTE BLOGUE APOIA A CANDIDATURA DE MANUEL ALEGRE À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA
Terça-feira, 17 de Janeiro de 2006
Últimamente tenho a passar nos meus leitores de cd's um duplo cd que comprei. Nome da obra: The Best Vocals - Women In Blue (a letra o de Women foi substituido pelo símbolo feminino). Uma targeta esclarece que se trata dos blues de Elsa Raposo que parece que é a menina meio desnuda que aparece na capa. O gozo que me deu encontrar aqui as minhas divas do velho vinil. Billie Holiday, Dinah Washington, Sarah Vaughan (que portentosa voz), Natalie Cole, Ella Fitzgerald, Anita O'Day, Carmen McRae (a maneira como ela consegue ter a voz num tom altíssimo durante tanto tempo e acabar com um vibrato de encher os ouvidos, tudo numa única palavra do verso, deixa-me sempre maravilhado) e a excelentissima Nina Simone têm-me dado imenso prazer nestas últimas e cansativas semanas. E é com prazer que junto às minhas divas, Laura Fygi, com um ternissimo Good Morning Heartache, e Jevetta Steele com um Calling You que só conhecia como banda sonora do filme de culto chamado Café Bagdad. Ambas Imperdíveis.
Como cereja em cima do bolo digo-vos que o cd (comprado numa grande superfície) estava marcado como custando 18 euros e quando passou na caixa o visor só mostrou 2 euros. Foi quanto eu paguei por ele.
Segunda-feira, 16 de Janeiro de 2006
O jornal Público tem andado a fazer uma pergunta a várias figuras públicas portuguesas. A pergunta é: Neste momento, Portugal exporta calçado e têxteis, faz obras públicas e tem a Autoeuropa. Como quer que, na sua área, Portugal seja em 2026?
Ontem, Domingo, respondeu Naide Gomes, a nossa atleta internacional e uma das melhores do mundo no septaculo, e a primeira frase dela foi lapidar: "Custa-me a aceitar a definição do nosso país, em 2006, como reduzido a uma Autoeuropa, a têxteis, a calçado e a construtor de obras públicas. É injusto e demonstra um sentido negativo de apreciação que não corresponde à realidade."
Terça-feira, 10 de Janeiro de 2006
No meio de muito, muito trabalho, passo por aqui apenas para referir a morte de dois vultos da cultura portuguesa: Helena Sá e Costa e Artur Ramos. Como de costume os jornais gastam as páginas com a campanha eleitoral atirando estes falecimentos para as páginas de cultura, quando as têm.
Helena Sá e Costa, pianista e professora de uma plêiade de pianistas portugueses das novas gerações foi também aluna de outro nome mítico da arte do piano em Portugal, Viana da Mota. Ontem o programa Rittornelo da Antena 2, onde eu me habituei a ouvir gravações suas, dedicou-lhe um programa especial; merecidamente
Artur Ramos, realizador de televisão, encenador e grande divulgador do teatro; e que saudades do bom teatro televisivo que a RTP passava.
Sexta-feira, 6 de Janeiro de 2006
Ouvia à bocado na rádio GloboFM (directamente da Net) Eric Clapton (mr. slow hands) a tocar e cantar Over the Rainbow e veio-me à memória Judy Garland (de quem tenho a sorte de ter um duplo LP gravado ao vivo em que ela canta divinamente) e uma frase (melhor dizendo um conceito) que ao longo da minha vida me tem guiado: Um homem deve ter a coragem do leão com cobarde, a inteligência do espantalho de palha e o coração do homem de lata.
(acho que terei sempre idade para acreditar numa estrada de tijolos amarelos que me leve para além do arco-iris, onde reside o sonho; até porque, como dizia António Gedeão sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos duma criança)