N.o 3822 de Fevereiro de 2006 DIÁRIO DA REPÚBLICAII SÉRIE 2611
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Gabinete do Primeiro-Ministro
Despacho (extracto) n.o 4208/2006 (2.a série).Por meu despacho de 14 de Fevereiro de 2006:
Glória do Coito Lourenço Isidro, Maria José Loureiro Albuquerque Lopes da Silva, Maria Alberta Silva Silva Romão, Luísa Maria do Sacramento Santos, Isabel Martins Porto Cunha e Silva, Maria do Carmo Bento Pacheco dos Santos, Maria da Luz de Brito Dionísio, Maria do Rosário de Fátima da Conceição Marques, Maria dos Anjos Gomes da Silva Feio, Maria da Glória Rito Santiago Martins,Manuel Alberto Gonçalves Ferreira, Maria Margarida Fonseca da Silva Santos, Bernardete Idalina Prata Simões Vicente, Asdrúbal Manuel Marques Carvalho Guerra, Maria de Lourdes Gonçalves Dias de Oliveira Matoso, Maria Gabriela dos Santos Patrício, Maria da Luz Fortes Garcia e Maria de Lourdes Lemos Pereira Ferreira Amado, assistentes administrativos principais do quadro de pessoal da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros (quota A), e Mafalda Sofia da Conceição Costa Ramos, assistente Administrativa principal do quadro de pessoal do Instituto Nacional de Investigação Agrária e das PescasINIAP (quota B)nomeados definitivamente, precedendo concurso interno de acesso misto, obtida confirmação de cabimento orçamental nos termos da Resolução do Conselho de Ministros n.o 97/2002, assistentes administrativos
especialistas do quadro do pessoal da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros. As nomeações mencionadas produzem efeitos reportados a 13 de Fevereiro de 2006. (Isento de fiscalização prévia do Tribunal de Contas.)
15 de Fevereiro de 2006.OSecretário-Geral, José M. Sousa Rego.
Proposta maldosa: comparem os apelidos de muitos destes "promovidos" com os de alguns dos nossos políticos.
Como dizia o Fernando Pessa - e esta hem?
2 Quatro filmes que posso ver vezes sem conta:
1. O Leopardo, de Visconti
2. Casablanca, de Michael Curtiz
3. A Janela Indiscreta, de Hitchcock
4. Streets of Fire (Estrada de Fogo), de Walter Hill
3 Quatro sítios onde vivi:
1. Souselas
2. Rua Nicolau Chanterene - Coimbra
3. Bairro Marechal Carmona - Coimbra
4. Ferreiros - Braga
4 Quatro sítios onde estive de férias:
1. Figueira da Foz
2. Vila Nova de Mil Fontes
3. Apúlia, Esposende
4. Quarteira, Algarve
5 Quatro dos meus pratos preferidos: (ou alimentos):
1. Leitão da Bairrada
2. Bacalhau à moda de Braga
3. Pézinhos de porco de coentrada
4. Alheira caseira, feita à base de porco bísaro, assada no forno
6 Quatro Websites que visito diariamente:
1. www.sapo.pt
2. web.meteo.pt
3. www.google.com
4. E os blogues ali na coluna da esquerda
7 Quatro sítios onde gostaria de estar agora:
1. Na praia de uma ilha tropical, em calções
2. Nova Iorque, bem agasalhado
3. A bordo de um transatlântico de luxo
4. Na Estação Espacial Internacional
Quanto às 5 manias (embora o próprio não seja o melhor analista de si mesmo):
1. Endireitar os talheres quase ao milímetro
2. Dar sempre o lado de dentro do passeio a mulheres, crianças e idosos
3. Andar sempre com algum dinheiro no bolso
4. Abrir e segurar sempre a porta a pessoas do sexo feminino
5. Verificar várias vezes se tenho as chaves, o telemovel e a carteira antes de sair de casa.
PRELÚDIO
Pela estrada desce a noite...
Mãe-Negra, desce com ela...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guizos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem houve agora as histórias
que costumava contar?...
Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...
Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram pra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.
É tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada...
Lisboa, 1951
As belas meninas pardas
são belas como as demais.
Iguais por serem meninas,
pardas por serem iguais.
Olham com olhos no chão.
Falam com falas macias.
Não são alegres nem tristes.
São apenas como são,
todos os dias.
E as belas meninas pardas,
estudam muito, muitos anos.
Só estudam muito. Mais nada.
Que o resto, traz desenganos...
Sabem muito escolarmente.
Sabem pouco humanamente.
Nos passeios de domingo,
andam sempre bem trajadas.
Direitinhas. Aprumadas.
Não conhecem o sabor que tem uma gargalhada,
(Parece mal rir na rua!...)
E nunca viram a lua,
debruçada sobre o rio,
às duas da madrugada.
Sabem muito escolarmente.
Sabem pouco humanamente
E desejam sobretudo, um casamento decente...
O mais, são histórias perdidas...
Pois que importam outras vidas,?...
outras raças?..., outros mundos?...
que importam outras meninas,
felizes, ou desgraçadas?!...
As belas meninas pardas,
dão boas mães de família,
e merecem ser estimadas...
1959 (Fevereiro)
À prostituta mais nova,
do bairro mais velho e escuro,
deixo os meus brincos, lavrados
em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
rapariga sem ternura,
sonhando algures uma lenda,
deixo o meu vestido branco,
o meu vestido de noiva,
todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo,
ofereço-o àquele amigo
que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
das contas de outro sofrer,
são para os homens humildes,
que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
esses, que são de dor
sincera e desordenada...
esses, que são de esperança,
desesperada mas firme,
deixo-os a ti, meu Amor...
Para que, na paz da hora,
em que a minha alma venha
beijar de longe os teus olhos,
vás, por essa noite fora...
com passos feitos de lua, oferecê-los às crianças
que encontrares em cada rua...
Lisboa, 1950
POEMA DA MESA PINTADA
(às minhas primas: Maria Ana e Maria Ângela)
Eram três meninas sentadas
à volta daquela mesa
eram três meninas delgadas
sorrindo ao espelho dos dias
que passavam
e cansavam
de beleza...
Eram três meninas sentadas
à volta daquela mesa,
da bela mesa pintada...
Os olhos, longos e finos,
rasgavam só com sorrisos
as horas desabitadas...
e pelas noites veladas
trocavam lendas e sinos
as três meninas delgadas
Foi o sonho que as levou?
ou foi a vida, enganada?...
Partiram as três meninas
de amor e fé sufocadas...
Ficaram três sombras brancas,
bailando nas madrugadas...
Lisboa, 1950