Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2006

eu até não gosto muito de bater, mas...

As promoções na função pública estavam congeladas por decisão governamental. Não era?
Brincadeira, brincadeira.

N.o 38—22 de Fevereiro de 2006 DIÁRIO DA REPÚBLICA—II SÉRIE 2611
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Gabinete do Primeiro-Ministro
Despacho (extracto) n.o 4208/2006 (2.a série).—Por meu despacho de 14 de Fevereiro de 2006:
Glória do Coito Lourenço Isidro, Maria José Loureiro Albuquerque Lopes da Silva, Maria Alberta Silva Silva Romão, Luísa Maria do Sacramento Santos, Isabel Martins Porto Cunha e Silva, Maria do Carmo Bento Pacheco dos Santos, Maria da Luz de Brito Dionísio, Maria do Rosário de Fátima da Conceição Marques, Maria dos Anjos Gomes da Silva Feio, Maria da Glória Rito Santiago Martins,Manuel Alberto Gonçalves Ferreira, Maria Margarida Fonseca da Silva Santos, Bernardete Idalina Prata Simões Vicente, Asdrúbal Manuel Marques Carvalho Guerra, Maria de Lourdes Gonçalves Dias de Oliveira Matoso, Maria Gabriela dos Santos Patrício, Maria da Luz Fortes Garcia e Maria de Lourdes Lemos Pereira Ferreira Amado, assistentes administrativos principais do quadro de pessoal da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros (quota A), e Mafalda Sofia da Conceição Costa Ramos, assistente Administrativa principal do quadro de pessoal do Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas—INIAP (quota B)—nomeados definitivamente, precedendo concurso interno de acesso misto, obtida confirmação de cabimento orçamental nos termos da Resolução do Conselho de Ministros n.o 97/2002, assistentes administrativos
especialistas do quadro do pessoal da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros. As nomeações mencionadas produzem efeitos reportados a 13 de Fevereiro de 2006. (Isento de fiscalização prévia do Tribunal de Contas.)

15 de Fevereiro de 2006.—OSecretário-Geral, José M. Sousa Rego.

Proposta maldosa: comparem os apelidos de muitos destes "promovidos" com os de alguns dos nossos políticos.

Como dizia o Fernando Pessa - e esta hem?

publicado por maratonista às 11:34
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Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2006

O Livro de Pantagruel

O meu livro de culinária preferido é O Livro de Pantagruel de Bertha Rosa-Limpo, Jorge Brum do Canto e Maria Manuela Limpo Caetano.Tenho a 49ª edição comercializada pelo Círculo de Leitores. Paa além das receitas, métodos de trabalhar a matéria e muitos conselhos úteis, há referências a frases de obras de literatura que têm a ver com a culinária ou com o prazer da mesa. Autênticas pérolas. Aqui vão algumas:
”Indispensáveis, num verdadeiro jantar de gala, só duas pessoas: eu, para comer, e um bom criado, para me servir” – Nubar Gulbenkian
”E, igualmente, com o pretexto de armar cavaleiro e fazer conde esse Afonso Telo, mandava [el-rei D. Pedro, o Cru] pôr no Rossio enormes montanhas de pão, largas tinas cheias de vinho e vacas inteiras, em espetos, a assar, para serem engolidas pelos bons lisboetas.” – Conde de Sabugosa
”O Zé Carlos também virou o seu copo e ficou-se de olhar vago a dar estalhinhos com a língua:
- Nem nas vinhas do Vesúvio, caramba… Onde está a ânfora?
E, então, na tarde luminosa, houve apenas um regalado tarantelar de mandíbulas e suspiros de consolação de volta com o rabujar de soneira dos búzios do moinho, no coruto da serra…” – Jorge Reis
”Já vai aloirando o porquinho, irmão Egídio. A pele já tosta, meu santo!” – Eça de Queirós
Em muitas tardes se merendava naquele caramanchão. Alguém trazia de casa uma cesta cheia. Nesse tempo ela era capaz de comer um franguinho inteiro assado! E a Dona Felismina rematava a merenda sempre com estas palavras: Fome de três dias, hem?” – Irene Lisboa
publicado por maratonista às 20:33
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Sexta-feira, 17 de Fevereiro de 2006

desconversadando

Escrever um texto é fácil. (Como? Repete lá isso outra vez.)
Difícil é ter algo minimamente interessante para dizer. (Ah, bom. Se tu o dizes.)
Mais ainda com o outro eu a meter-se onde não é chamado. (Fiuuu, fiuuu, fiuuu)
E a assobiar para o lado a fingir que não percebeu. (Perceber percebi. Não estava é para ligar.)
O meu compositor favorito sempre foi J. S. Bach. (Eu é mais os russos. Stravinsky, Rimsky-Korsakov, Schostakovitch, Prokofiev.)
São bons. Mas Bach era o Deus da melodia – Beethoven dixit. (Beethoven era surdo.)
É pá, só ficou surdo para o final da vida e não me vais dizer que não gostas da nona sinfonia? (Tá jeitosa, só é pena ter mudado o nome de liberdade para alegria no 4º andamento.)
Que queres, estava desiludido com a revolução francesa. (Ah, eu gosto muito de francesinhas.)
Lá estás tu a desconversar e as francesinhas são do Porto (Não as de quem eu estou a pensar.)
Ai, ai, ai, lá está ele a descambar. Acho melhor isto ficar por aqui. (tá bem pá mas eu tenho a última palavra que é arroz.)
Arroz? (exacto a mais longa palavra da língua portuguesa – vai do a até ao z)
...
publicado por maratonista às 14:48
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Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2006

coisas que não interessam para nada

Estava a precisar de um dia "de merda" como o de ontem para começar a ter juizo.
(A linha editorial do blogue mantem-se, até porque não tomo a nuvem por Juno.)
publicado por maratonista às 10:04
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Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2006

Ana Madragoa

Vi na Sic Mulher uma entrevista com uma mãe que lutava para dar ao seu bebé, com problemas, aquilo a que ele tem direito. Ela, Ana Madragoa, tem um blogue onde vende gorros infantis feitos por ela e são muito giros. Dêm lá uma saltada, basta fazer um clique aqui Ana Madragoa
publicado por maratonista às 10:34
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Segunda-feira, 13 de Fevereiro de 2006

correntes

A Fernandinha Apenas Maria passou-me esta corrente “Desafio dos 4 – disto e daquilo”. Portanto cá vai:

1 – Quatro empregos que já tive na vida:
1. Aprendiz de Serralheiro Mecânico
2. Aprendiz de Metalúrgico
3. Funcionário administrativo
4. Aquele gajo que mexe nos computadores e que volta e meia manda toda a gente sair da aplicação porque tem de desligar o servidor

2 – Quatro filmes que posso ver vezes sem conta:
1. O Leopardo, de Visconti
2. Casablanca, de Michael Curtiz
3. A Janela Indiscreta, de Hitchcock
4. Streets of Fire (Estrada de Fogo), de Walter Hill

3 – Quatro sítios onde vivi:
1. Souselas
2. Rua Nicolau Chanterene - Coimbra
3. Bairro Marechal Carmona - Coimbra
4. Ferreiros - Braga

4 – Quatro sítios onde estive de férias:
1. Figueira da Foz
2. Vila Nova de Mil Fontes
3. Apúlia, Esposende
4. Quarteira, Algarve

5 – Quatro dos meus pratos preferidos: (ou alimentos):
1. Leitão da Bairrada
2. Bacalhau à moda de Braga
3. Pézinhos de porco de coentrada
4. Alheira caseira, feita à base de porco bísaro, assada no forno

6 – Quatro Websites que visito diariamente:
1. www.sapo.pt
2. web.meteo.pt
3. www.google.com
4. E os blogues ali na coluna da esquerda

7 – Quatro sítios onde gostaria de estar agora:
1. Na praia de uma ilha tropical, em calções
2. Nova Iorque, bem agasalhado
3. A bordo de um transatlântico de luxo
4. Na Estação Espacial Internacional


Quanto às 5 manias (embora o próprio não seja o melhor analista de si mesmo):

1. Endireitar os talheres quase ao milímetro
2. Dar sempre o lado de dentro do passeio a mulheres, crianças e idosos
3. Andar sempre com algum dinheiro no bolso
4. Abrir e segurar sempre a porta a pessoas do sexo feminino
5. Verificar várias vezes se tenho as chaves, o telemovel e a carteira antes de sair de casa.

publicado por maratonista às 16:21
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Alda Lara IV

Como tinha prometido, por aqui deixei alguns versos de Alda Lara (publico hoje o último). Já conhecia este poema antes de ler o livro e continuo a pensar que é extraordinário.

PRELÚDIO

Pela estrada desce a noite...
Mãe-Negra, desce com ela...

Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guizos,
nas suas mãos apertadas.

Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.

Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...

Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...

Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...

Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem houve agora as histórias
que costumava contar?...

Mãe-Negra não sabe nada...

Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...

Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...

Muitos partiram p’ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...

Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.

É tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada...

Lisboa, 1951



publicado por maratonista às 10:18
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Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2006

Alda Lara III

AS BELAS MENINAS PARDAS

As belas meninas pardas
são belas como as demais.
Iguais por serem meninas,
pardas por serem iguais.

Olham com olhos no chão.
Falam com falas macias.
Não são alegres nem tristes.
São apenas como são,
todos os dias.

E as belas meninas pardas,
estudam muito, muitos anos.
Só estudam muito. Mais nada.
Que o resto, traz desenganos...

Sabem muito escolarmente.
Sabem pouco humanamente.

Nos passeios de domingo,
andam sempre bem trajadas.
Direitinhas. Aprumadas.
Não conhecem o sabor que tem uma gargalhada,
(Parece mal rir na rua!...)
E nunca viram a lua,
debruçada sobre o rio,
às duas da madrugada.

Sabem muito escolarmente.
Sabem pouco humanamente

E desejam sobretudo, um casamento decente...
O mais, são histórias perdidas...
Pois que importam outras vidas,?...
outras raças?..., outros mundos?...
que importam outras meninas,
felizes, ou desgraçadas?!...

As belas meninas pardas,
dão boas mães de família,
e merecem ser estimadas...

1959 (Fevereiro)

publicado por maratonista às 16:27
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Quinta-feira, 9 de Fevereiro de 2006

Alda Lara II


TESTAMENTO

À prostituta mais nova,
do bairro mais velho e escuro,
deixo os meus brincos, lavrados
em cristal, límpido e puro...

E àquela virgem esquecida
rapariga sem ternura,
sonhando algures uma lenda,
deixo o meu vestido branco,
o meu vestido de noiva,
todo tecido de renda...

Este meu rosário antigo,
ofereço-o àquele amigo
que não acredita em Deus...

E os livros, rosários meus
das contas de outro sofrer,
são para os homens humildes,
que nunca souberam ler.

Quanto aos meus poemas loucos,
esses, que são de dor
sincera e desordenada...
esses, que são de esperança,
desesperada mas firme,
deixo-os a ti, meu Amor...

Para que, na paz da hora,
em que a minha alma venha
beijar de longe os teus olhos,
vás, por essa noite fora...
com passos feitos de lua, oferecê-los às crianças
que encontrares em cada rua...

Lisboa, 1950


publicado por maratonista às 10:49
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Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2006

Alda Lara

Mão amiga fez-me chegar um livro de poesia de Alda Lara (1930-1962). 1º Volume da Obra Completa, esta 2º edição da APPACDM de Braga inclui um estudo da obra por Orlando de Albuquerque. E eu fiquei maravilhado. Tanto que próximos postos serão com a sua poesia, como esta:

POEMA DA MESA PINTADA
(às minhas primas: Maria Ana e Maria Ângela)

Eram três meninas sentadas
à volta daquela mesa
eram três meninas delgadas
sorrindo ao espelho dos dias
que passavam
e cansavam
de beleza...

Eram três meninas sentadas
à volta daquela mesa,
da bela mesa pintada...

Os olhos, longos e finos,
rasgavam só com sorrisos
as horas desabitadas...
e pelas noites veladas
trocavam lendas e sinos
as três meninas delgadas

Foi o sonho que as levou?
ou foi a vida, enganada?...

Partiram as três meninas
de amor e fé sufocadas...

Ficaram três sombras brancas,
bailando nas madrugadas...

Lisboa, 1950

publicado por maratonista às 11:35
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