Quinta-feira, 25 de Agosto de 2005
Hoje trago-vos um artigo de Inês Pedrosa na revista Única do jornal Expresso nº 1712. Sob o título A lição de Leonor, Inês Pedrosa escreve sobre uma mulher portuguesa do séc. XVIII que, até à data era totalmente desconhecida para mim.
"A 20 de Agosto de 1799, Leonor da Fonseca Pimentel foi enforcada, na Praça do Mercado de Nápoles, acusada de jacobinismo, ou seja, de «crime contra o Estado». Tinha 47 anos e atrevera-se a ultrapassar os limites estabelecidos da intervenção feminina - que devia cingir-se à caridade e à cultura, entendidas como flores apartadas da vida verdadeira - tornando-se a primeira mulher a dirigir um jornal político, o «Monitore Napoletano». Enquanto a Itália a conta entre os seus heróis - faz parte do Panteão dos Mártires da Liberdade, em Nápoles - esta extraordinária figura intelectual e activista esteve duzentos anos esquecida em Portugal, o que só pode espantar mestes estrangeiras, porque é um clássico da tradição lusitana de desmemória e autodestruição este feito de desdenhar os seus e embasbacar diante de qualquer arremedo de novidade sancionada pelo exterior...
...Leonor sabia já aquilo que a Irlanda descobriria no séc. XX e que Portugal, no séc. XXI, ainda não descobriu: que é a qualificação dos cérebros, e não os quilómetros de cimento, o que faz avançar um país. E que, sem esse máximo denominador comum dos direitos humanos e da busca do conhecimento, não há Europa."
Um livro de ensaios sobre ela saiu em 2001: Leonor da Fonseca Pimentel - a Portuguesa de Nápoles, coord. de Teresa Santos e Sara Marques Pereira, Livros Horizonte.
De Anónimo a 26 de Agosto de 2005 às 14:55
Tambem n/ conhecia, mas conheço os artigos da Inês, que são quase sempre excelentes. Como Leonor F. Pimentel, outras existiram que tiveram fins como o dela..muitas mais infelizmente. Resta-nos a hist´ria...Bom fdsElsita
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