Terça-feira, 2 de Agosto de 2005
No posto d'ontem veio "à baila", por intermédio de Marcello Duarte Mathias, a Marlène Dietrich. Para um cinéfilo como eu o nome suscita várias recordações. Para começar duas frases que tentaram definir/explicar Marlène e a sua influência em nós homens. Não me lembro quem foram os autores das frases mas elas aqui ficam:
- O que torna extraordinária Marlène é que ela tem, sóbria, aquele "je ne sais quoi" que apreciamos nas mulheres com um copo a mais.
- Marlène Dietrich - o nome começa como uma carícia e acaba com o som do estalar de um chicote.
Mas, acima das frases, aquilo que permanece na minha memória é o seu último concerto (Marlène também cantava). A RTP1 passou-o, na altura, e Marlène teria 65/70 anos. O concerto foi em Londres (creio que no Carnegie Hall) e foi...
é impossivel explicar! Com é que uma mulher com a idade dela conseguia passar aquele ar de diva sexual? Eu senti que era um previlegiado por estar a assistir a esse momento extraordinário. A ovação, de vários minutos, fortemente emotiva, no final de ela ter cantado o "Lili Marlene" acho que explica muito. Estavamos em presença de uma deusa. Eu, na altura com vinte e tal anos, fiquei com pena de não estar lá, ao vivo, para atirar com flores para o palco, como o fizeram centenas de felizardos.