Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2005
Já antes aqui o referi; quando venho do estádio para casa, ao fim do dia de trabalho do treino, costumo ligar o autorádio na Antena 2. Aquela hora apanho o programa Ritornello e nem vos digo as coisas extraordinárias que lá ouço. Desde gravações históricas e capazes de fazer babar qualquer melómano até factos e histórias sem as quais, devo reconhecer, eu seria mais pobre. Hoje dia de aniversário de Eugénio de Andrade (pseudónimo literário de José Fontinha) a música foi escolhida pelo próprio E.A. e como convidado alguém (desconhecido para mim e de que me lembro apenas do primeiro nome: Mário) que trabalhou numa editora de música. E as histórias, e as histórias. Admito, sou absolutamente fã (quase obsecado) por estas pequenas realidades dos grandes nomes que admiro. Por exemplo: aquando da primeira visita de Marguerit de Yourcenar a Portugal, para uma palestra, à chegada ao aeroporto ela fez questão de conhecer pessoalmente a nossa Amália Rodrigues. Em casa de quem este convidado diz que assistiu a um fantástica discussão entre Natália Correia e Ary dos Santos. Na mesma reunião estava presente Vinicius de Morais que volta e meia ia a outra sala encher o copo de scotch, quando voltava lá dizia a Amália - Lá vem o ministro da comunicação.
Estas conversas radiofonicas, garanto-vos, são preciosidades.
De Anónimo a 22 de Janeiro de 2005 às 21:51
Ary dos Santos (adoro!!!) Vinicius de Morais (ai que linda alma) e Amalia Rodrigues (mulher grandiosa!) quem dera meu amigo pudesse eu juntá-los aos três na minha sala, servir-lhes um chá e ficar quieta muito quieta no meu canto a ouvi-los falar. Deixo-te um beijo grande de bom fim de semana e isto: (e perdoa-me o espaço que te ocupo por aqui)
Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho ás palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.
Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce á rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.
Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse uma mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.
myryan
(http://outrademim.blogs.sapo.pt)
(mailto:myryan@sapo.pt)
De Anónimo a 20 de Janeiro de 2005 às 15:38
Sinto-me bem por aqui. (E obrigada) Beijinhosofia
(http://otecto.weblog.com.pt)
(mailto:otecto@gmail.com)
De Anónimo a 20 de Janeiro de 2005 às 10:03
Graças a Deus que apanhas estas preciosidades e as partilhas connosco! Bjfernanda
(http://apenasmaria.blogs.sapo.pt)
(mailto:apenas-maria@sapo.pt)
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