Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2006
Vidrago entrou pegou às 8 da manhã na oficina, como todos os dias da semana de trabalho que para ele contava seis dias. Operário de serralharia civil, trabalhava 52 horas por semana e, não obstante a a força dos 23 anos, às vezes custava a passar aquele dia de 9 horas de trabalho. Por vezes no serviço ao torno mecânico, outras na secção de soldadura, outras ainda na secção de galvenização que o deixava a tossir até à noite. Mas hoje não. A impaciência por chegar ao fim do dia de trabalho existia mas o assobiar durante os serviços que executava (sob o franzir de sobrolho do encarregado) indicava que o dia não lhe pesava no coração.
Às seis da tarde fez, com os outros camaradas, fila para receber o ordenado da quinzena. Recebeu, saiu e, vestindo ainda o seu fato de macaco um pouco coçado, herança do irmão mais velho, dirigiu-se à ourivesaria dos Machados que distava cerca de 15 minutos da fábrica. Entrou e disse:
- Queria comprar um anel de noivado
- Muito bem, e quanto pretende gastar perguntou o vendedor.
Vidrago meteu a mão no bolso do fato de macaco, tirou o ordenado e pousando-o em cima do balcão disse:
- Tenho só isto, mas quero um anel que condiza com os mais lindos olhos que uma mulher tem e que traduza todo o amor que o meu coração sente.
De Anónimo a 30 de Janeiro de 2006 às 01:10
Ah amigo Carlos! Muitas vezes nem é preciso dar nada, basta partilhar,como os putos partilham uma bicicleta...bonita a tua história! Beijinho :))so12
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De Anónimo a 27 de Janeiro de 2006 às 12:37
Que lindo um homem assim pode dar até um anel de fantasia que o amor que tem dentro de si será suficientepara prova-lo da forma que for. Bom fim-de-semana.Ofeliazinha
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