Quarta-feira, 18 de Agosto de 2004
Havia uma menina que gostava de fazer poesia. Em vez de ir brincar para o quintal preferia pegar em papel e lápis e começava a juntar palavras até elas fazerem sentido da maneira como ela as via dentro de si. Quando acabava largava as folhas pelo chão do quarto, deixava de se interessar por elas. Sabia que a mãe pegava no lixo que ela fazia e o deitava no caixote do lixo e depois, ao fim do dia, ia polo lá fora para ser levado. Durante os anos da sua meninice ela fez muitos poemas; gastou muitas folhas a por o que sentia e via com os seus olhos de menina. Mas o tempo passa e a menina fez-se rapariga, com todos os sonhos e desejos que as raparigas de todo o mundo têm. E depois do tempo e ser rapariga veio o tempo de ser mulher, como em toda a parte do mundo acontece. Veio a carreira. Veio o compromisso com outra pessoa. Vieram os filhos. Enfim veio tudo o que é comum na vida vir a acontecer com a sucessão de alegrias, tristezas e problemas que têm de ser resolvidos.
Um dia, já com algum cansaço da vida, numa visita a casa dos pais, trocava confidências com a mãe, e esta apercebendo-se desse cansaço, quiçá desilusão, foi buscar uma mala que tinha guardada por cima do guarda-fatos. Disse-lhe:
- Quero mostrar-te uma coisa. Quando eras pequena brincavas pouco mas escrevias muito e coisas muito bonitas. Durante estes anos todos guardei estas folhas como uma preciosidade para mim. Era a ternura da minha menina derramada em folhas de papel. Agora acho que precisas de ir ao encontro dessa menina que já foste.
E abrindo a mala deu-lhe a ler aqueles versos que a menina que ela fora escrevera.
E enquanto lia, com lágrimas nos olhos, aqueles versos ela reencontrou a menina dentro de si.
(É um conto a pedido e um pouco de rajada, espero que gostem)
De Anónimo a 19 de Agosto de 2004 às 09:26
Por falta de imaginação, repito o meu obrigado de ontem.. As tuas palavras põem-me de novo de bem com a vida...fernanda
(http://fernanda.blogs.sapo.pt)
(mailto:fernandadias@sapo.pt)
De Anónimo a 18 de Agosto de 2004 às 18:29
OBRIGADO OBRIGADO OBRIGADO OBRIGADO OBRIGADO!
Sem força para mais palavras.
Obrigado, meu amigofernanda
(http://fernanda.blogs.sapo.pt)
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